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Diário de uma overthinker ansiosa

Pequenos e grandes desabafos de alguém que tem um turbo que se acha multitasking na cabeça mas que é apenas meio trapalhão... e que, para ajudar à festa, ainda arranjou uns TOC's...

Pequenos e grandes desabafos de alguém que tem um turbo que se acha multitasking na cabeça mas que é apenas meio trapalhão... e que, para ajudar à festa, ainda arranjou uns TOC's...

Diário de uma overthinker ansiosa

31
Dez22

A última do ano...

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Como terminar o ano em grande? Com uma crise de ansiedade... em pleno ginásio. 

Senti-me a começar a hiperventilar assim que comecei o treino e pensei "calma... isto já vai passar". Mas não passou. A meio do treino, não aguentei mais e desabei a chorar. Mais uma vez, sem motivos absolutamente nenhuns para tal.

Fiquei frustrada e decidi que quem mandava na minha mente era eu e não a minha ansiedade. Continuei a treinar, na esperança que o exercício aliviasse toda a situação. Não só não aliviou como piorou.

Um provável movimento mal feito acordou a minha zona lombar. Aquele choquezinho que eu tão bem conheço disse o que a minha ansiedade já andava a dizer há meia hora... "hoje não é um bom dia para treinar". Mudei o plano e tentei terminar.

Por mais que me esforçasse, as lágrimas não deixavam de, espaçadamente, me escorrer pelo rosto. Fui até onde pude, com o sentimento de incompetência... mas também com a noção de que não sou de ferro.

Felizmente tenho quem já me vá percebendo e, sem insistir muito, colocou a mão no meu ombro e perguntou se estava bem. Fiz sinal que nem por isso... e recebi o que mais gosto de receber nestas alturas. Aquele olhar de "não vou puxar por ti, mas estou aqui se precisares de mim".

Mais uma vez, só consegui acalmar, "à séria", depois de chegar ao carro... à minha bolha.

Agora sinto-me meio adormecida. Tenho dores mas não quero parar de treinar... porque sei que é uma das melhores terapias que tenho. Mas também tenho consciência de que vou ter de regredir... um passo atrás, para depois poder dar dois à frente.

O meu único desejo para o ano novo... que a ansiedade vá ficando para trás aos poucos e eu possa voltar a ser como sempre fui até a "conhecer"... feliz.

Bom Ano a todos.

A vossa "overthinker"

Tania

23
Dez22

Natal devia de ser todos os dias...

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Penso que estas quadras festivas são bastante complicadas para quem ande, por assim dizer, "às voltas" com a sua saúde mental. É todo um turbilhão de emoções que podem causar estragos... não aos mais fracos, que ninguém que esteja em sofrimento é fraco, mas aos que já muito aguentaram. Há muita demonstração de amor podre, falsa... muito abracinho hipócrita e temporário, que só aparece nestas alturas. Isso pode criar uma falsa sensação de apoio, mas que cai por terra um par de dias depois, quando esses mesmos abraços e beijinhos desaparecem como um cubo de gelo ao Sol.

Não sejam essas pessoas...

Pessoalmente, já há muito deixei de precisar do Natal para mostrar aos meus a importância que têm para mim e o quanto estarei cá para eles. Já só procuro prendas para as sobrinhas e mesmo elas já começam a perceber que não é preciso um dia em especial para se presentear alguém... e que basta algo simbólico para fazer alguém se sentir especial.

Natal, para mim, é juntar a família à mesa... uma mesa farta, tanto de Amor como de comida... a conversar noite dentro. Uma noite a contar velhas e novas histórias... a recordar quem já partiu mas que se mantém nos nossos corações... a partilhar emoções. 

Se já tive maus Natais? Sim, claro que sim... mas desses não vale a pena falar. Guardam-se num cantinho das lembranças... bem lá no fundo. 

Boas Festas a todos!

A vossa "overthinker"

Tânia

21
Dez22

Nem tudo tem explicação...

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Sempre que tenho uma crise de ansiedade gosto de, nos dias a seguir, fazer uma análise do que se passou para tentar perceber o que a originou e o que posso fazer para que não me volte a acontecer. Mas nem sempre consigo encontrar uma razão! Esta última crise, de sexta-feira, é uma dessas ocasiões. Já dei voltas e mais voltas à cabeça e não consigo perceber de onde veio. Mas, se calhar, também não é para perceber... não sei...

Sinto a cabeça cansada e a precisar de dormir um dia inteiro. Lado positivo... estou tranquila... não sinto a necessidade de chorar como sentia na sexta-feira. 

Copo meio cheio...

A vossa "overthinker"

Tania

16
Dez22

Realidade paralela...

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Jantar de Natal do trabalho... o primeiro desde que viemos todos para casa devido à pandemia. Foi bom voltar a ver tanta gente conhecida... o pior foi depois.

O final da noite fez um click que despoletou uma das maiores crises de ansiedade de que me lembro. Não consigo explicar bem, mas foi como se algo me dissesse "vais voltar a estar sozinha" depois de me ter sentido tão acarinhada a noite toda! Como se tivesse estado numa realidade paralela e depois algo me puxasse de volta à minha realidade...

E, não sei porquê, isso levou-me ao fundo do poço. O sono não foi dos melhores... e o acordar foi o encontro violento com essa realidade. Tive ataques de choro, vontade de me voltar a enfiar na cama, até de desistir do Mundo exterior!

Sei que não estou sozinha, mas a minha cabeça insiste nessa imagem. "Tu não tens muitos amigos... tu só conheces muita gente... tu estás SO-ZI-NHA!"... e há dias em que o esforço para a contrariar é quase desumano e a vontade de fugir à realidade, de me isolar de tudo e de todos é tremenda.

Hoje tem sido um dia muito mau. Nunca pensei que sentir tanto carinho pudesse fazer tanto estrago.

A vossa "overthinker"

Tania

12
Dez22

Ninguém é de ferro...

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Anda meio mundo a culpar as vacinas pela morte de tanta gente ainda jovem. Mas já alguém parou para pensar na pressão, ansiedade e níveis de stress a que estamos sujeitos hoje em dia? 

Não estou a defender as ditas injecções, mas vamos lá analisar a coisa...

Tivemos uma pandemia... temos uma guerra ainda a decorrer... a inflação a instalar-se... as dificuldades a aparecerem... por muito que queiram relativizar as coisas, tudo isto faz mossa nas pessoas. Umas aguentam melhor, outras menos bem... e temos os que se fazem de fortes, que aguentam, e que só dão pelo limite depois de o passarem. Infelizmente, para alguns, já é tarde demais...!

E não há campanhas de sensibilização que adiantem! Para essas pessoas, está tudo bem. Cansados? É do trabalho. Taquicardias? É do cansaço. Falta de ar? Uma noite bem dormida resolve tudo. O problema é que essa noite, depois, tarda a vir.

A culpa não é das vacinas... a culpa é da sociedade que exige muito de nós... a culpa é até do governo, que só olha para os próprios umbigos em vez de olhar para o prato do povo, cada vez mais vazio.

E quando já não houver povo? Quando começar tudo a sucumbir à conta do stress acumulado ou das depressões por ele causado? Talvez aí pensem em aliviar a pressão... talvez aí comecem a pensar que o povo não é de ferro. E, mais uma vez, que a saúde mental é que manda em tudo o resto. 

A vossa "overthinker"

Tânia

06
Dez22

Compreender e ajudar...

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Pior do que sofrer de ansiedade é ter amigos que também sofrem com o mesmo.

Queremos dizer-lhes que tudo vai passar e ficar bem, mas sabemos por experiência própria que não é assim tão fácil... 

Queremos confortar e aconselhar como gostaríamos que fizessem connosco (ou fazem!), mas às vezes só nos resta estar presentes, abraçar e fazê-los perceber que não estão sozinhos... que os compreendemos e sabemos, na pele, o que custa questionar tudo... pensar em tudo... sentir tudo... e não poder fazer nada ou sentir-se impotente para o fazer. 

Não é fácil sofrer de ansiedade ou outro qualquer problema de saúde mental, mas tendo quem nos pegue na mão e nos acompanhe nesta longa viagem pelo deserto tempestuoso da mente... acreditem, pode fazer toda a diferença. 

Saúde mental, Ansiedade, Depressão... não são doenças da moda nem estamos a ficar todos maluquinhos... já está é mais do que na hora destas deixarem de serem vistas como tabus e de as pessoas deixarem de ter vergonha de assumir que não são feitas de ferro!

A vossa "overthinker"

Tania

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