Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Diário de uma overthinker ansiosa

Pequenos e grandes desabafos de alguém que tem um turbo que se acha multitasking na cabeça mas que é apenas meio trapalhão... e que, para ajudar à festa, ainda arranjou uns TOC's...

Pequenos e grandes desabafos de alguém que tem um turbo que se acha multitasking na cabeça mas que é apenas meio trapalhão... e que, para ajudar à festa, ainda arranjou uns TOC's...

Diário de uma overthinker ansiosa

06
Jun23

Uma questão de dinheiro...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

Acredito que, actualmente, muitos de nós sofrem com o mesmo problema... a inflação e o que isso trouxe. Desde o aumento no preço dos alimentos ao aumento exorbitante das prestações dos créditos à habitação... têm sido golpes atrás de golpes no bolso dos portugueses.

Isto fez com que tivessem de ser feitas escolhas e que muitos abdicassem de "coisas" com o seu grau de importância. 

Como eu não sou rica, também fui afectada por tudo isto. As minhas escolhas? Tive de escolher entre continuar com as terapias (psicoterapia e acupunctura) ou ter um tecto e comida na mesa. A escolha que fiz é óbvia.

Seria bom se nunca mais precisasse de regressas a elas, mas espero conseguir fazê-lo num futuro próximo.

No meio disto tudo, dei por mim a pensar nas taxas de depressão e suicídio deste país... e cada vez as compreendo melhor.

Claro que, no que toca a psicoterapia, podemos recorrer ao SNS... ou deveríamos de poder. Mas também sabemos bem como isso anda. Falta de médicos, alguns sem qualquer perfil para o ser... e uma escassez de vagas para consulta que até dá dó. 

E recorre-se ao privado... que requer ter-se dinheiro. E voltamos ao início da bola de neve. 

Triste país este... (des)governado por quem só pensa no próprio bolso. 

Enfim...

A vossa "overthinker"

Tânia

01
Jun23

Vontade de chorar...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

Há coisas desta minha cabeça que eu ainda não consegui decifrar. Uma delas é as minhas vontades/necessidades de chorar.

Pode-se dizer que o dia hoje foi bom. Tranquilo... sem grandes preocupações ou stresses... um bom primeiro dia de férias. Mas então... porque carga de água agora, ao fim do dia, só tenho é vontade de chorar? Porque raio é que me sinto tão sufocada e com o sentimento de que sou uma má pessoa... uma nulidade... um estorvo, até! 

E ultimamente tem sido assim... se o dia corre minimamente bem, à noite parece que desce um peso na consciência... como se a ideia fosse fazer-me sentir que não mereço que a vida me corra bem, que tenha momentos de alguma calma e alegria!

Foi o primeiro dia de férias... mas a cabeça está mais cansada do que se tivesse estado a trabalhar. E estou a fazer um esforço desumano para não me deixar ir abaixo. Tenho de combater estas minhas vontades de chorar sem razão aparente!

É nestas alturas que não sei se fique feliz por estar sozinha e não ter de explicar o que sinto a quem provavelmente não iria entender... ou se fique triste porque estou sozinha e um carinho talvez fizesse a diferença...

Vão ser quinze longos dias... mas o foco é descansar. Boa sorte para mim.

A vossa "overthinker"

Tânia 

31
Mai23

Lua...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

A cabeceira da minha cama está encostada à janela. Vá... num dos cantos do quarto e apanha metade da parede da janela. Deixando um palmo do estore aberto, consigo ver a Lua.

E é das poucas coisas que me faz, realmente, "parar o cérebro". A Lua à noite, especialmente se for Lua cheia, e o mar de dia ou ao fim da tarde.

Não sei explicar como nem porquê, mas parece que a minha mente fica num estado hipnótico. Era capaz de ficar horas a olhar tanto para um como para o outro... de tão relaxante que é. 

Faltam 4 dias para a Lua Cheia... mal posso esperar.

A vossa "overthinker"

Tânia

29
Mai23

Dúvidas...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

"O meu nome é Tânia, tenho 40 anos..."

Foi assim que comecei este blog, mas confesso que já tive dias em que pensei que foi um erro e que devia de o fechar. Que, se por um lado me sabia bem quando partilhava o bom e o mau, por outro me fazia sentir frustrada por não conseguir ser uma escritora tão assídua quanto gostaria ou tinha imaginado ser.

E estes últimos dias têm sido bem complicados. A dor de dentes deixou-me de rastos. Tive dias em que nem conseguia pensar, de tanta dor... e tive outros em que estava tão "adormecida" que até me custava juntar as palavras na minha cabeça. E quando o conseguia fazer, esfumavam-se em segundos! Terminada de pensar numa frase... e já não me lembrava de como a tinha começado! E nem sempre podia escrever quando tinha "bons momentos"...!

Até tenho medo de dizer isto, já que as bruxas andam sempre à escuta... mas penso que a pior parte da dor já esteja ultrapassada e resolvida. É nisso que tento pensar ultimamente. 

Mas muitas dúvidas ficaram...

Valerá a pena tudo isto? Valerá a pena o esforço? Continuar ou não continuar... eis a questão... e não me refiro ao tratamento do dente. 

Depois leio o que escrevo e soa-me tudo a "mimimi", a chamada de atenção... e eu não quero isso! Quero só tentar deitar cá para fora o que não me deixa sossegar a cabeça... o que não me dá descanso.

Não tenho tido crises significativas de ansiedade... uma situação ou outra esporádica... mas o "overthinking"... esse anda ao rubro. 

Amanhã tenho psicólogo... vamos ver se ajuda.

A vossa "overthinker"

Tânia

11
Mai23

Fundo do poço ...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

Não sei se sou a única a ser assim ou se também acontece com mais alguém, mas quando tenho dores, vou ao fundo do poço. Desta vez, é uma dor de dentes que me está a levar até lá e não está a ser fácil sair. Não só porque não há meio da dor passar (sim, já estou medicada), mas porque me sinto cansada e sem forças para lutar contra a tormenta que esta dor me está a fazer passar. 

Sei que ir abaixo e chorar em nada ajuda e até pode mesmo afectar o efeito dos medicamentos, especialmente os analgésicos... mas é só o que me apetece fazer. E, de vez em quando, a cabeça acaba a pensar "és uma fraca que nem uma dorzinha aguenta". Mas é tanta coisa que já vem de trás, a massacrar, que o corpo e a mente já se sente esgotado.

Confesso que, nos dias mais complicados, fico imenso tempo a pensar nas pessoas que chegam ao limite do desespero e se suicidam. Não que tenha intenções de o fazer, longe disso! Mas acabo por percebê-las. A dor delas deve de ser tão avassaladora que a única solução que conseguem encontrar é acabar com ela de vez, cortando o mal pela raiz.

Não sou capaz disso. Além de me faltar coragem, há ainda uma pequena parte de mim que teima em querer acreditar que tudo tem solução, seja com ou sem ajuda.

Por agora, vou acreditando que tudo vai melhorar assim que esta dor de dentes passar... tal como diz o cliché "é só um dia mau, não é uma vida má".

A vossa "overthinker"

Tânia

20
Abr23

Regras...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

O Mundo precisa de regras.

Sejam elas de boa educação, de conduta, de convivência ou do que quer que seja, são precisas para que isto tudo não se torne numa total anarquia. 

Eu não sei funcionar sem regras, especialmente a nível profissional. Um trabalho, desde varrer ruas a efectuar uma cirurgia neurológica, tem de ter regras mínimas a serem cumpridas. Já nem falo em haver brio profissional, falo mesmo em haver regras básicas que, não sendo cumpridas, podem e devem de ser motivo de penalização. 

Claro que pode haver uma certa margem de manobra, mas o rigor tem de la estar. A anarquia só leva ao caos. E esse caos deixa-me num estado de absoluta ansiedade. Abre-se uma excepção para A, sem fundamento... claro que B também vai querer essa excepção... e chega-se a um ponto que a regra passa a ser a própria excepção! Mas depois já querem que a regra seja válida... lamento, mas depois de todas as excepções, já vai ser tarde demais. 

Não podemos ter tudo certinho e direitinho... nem podemos controlar tudo... eu sei... mas havendo regras, há mais organização, menos confusão, menos erros, menos dúvidas... faz-se um trabalho muito melhor e vive-se numa sociedade muito mais civilizada. Digo eu! Ou se calhar sou eu que estou errada. 

Eu não sei viver no caos, na anarquia... preciso de regras e de perceber o seu fundamento. Ultimamente não tem sido assim... e não está a ser nada fácil conseguir gerir o que isso me afecta. Talvez um dia ainda consiga relativizar isto tudo... não sei...

A vossa "overthinker"

Tânia 

11
Abr23

Como foi o dia...?

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

Primeiro que tudo, peço desculpa pela ausência. Têm sido uns dias em modo montanha-russa de tal maneira que nem vontade (ou forças!) tenho tido para escrever.

Posto isto... ontem tive consulta com o psicólogo e ele fez-me uma pergunta que me deixou as engrenagens a trabalhar a todo o vapor e a tentar relembrar os meus 41 anos de vida...

"Já alguém lhe perguntou como tinha sido o seu dia, fosse de escola ou de trabalho?"

Só isto.

Fiquei parada, na altura... e respondi que não. E a verdade é que nunca me lembro de alguém me ter perguntado tal coisa. É como se nenhuma vitória que eu tivesse tido fosse relevante e, por conseguinte, todo o meu esforço tivesse sido insignificante. Quem diz vitórias, diz derrotas. Basicamente, é como se eu apenas existisse... como se eu tivesse a importância de uma formiga... ou menos ainda. 

No fundo, é aquele cliché de nos perguntarem se já casámos, se já há filhos, se já temos trabalho... mas nunca ninguém nos pergunta "és feliz?". 

Confesso que a pergunta dele me deixou meio abananada e na mó de baixo, e tenho pensado nela bastante... como se eu não andasse já sempre com os pensamentos a mil...! Ele depois conseguiu dar a volta à consulta e consegui encaixar mais umas quantas peças deste puzzle que é a minha vida, mas a pergunta ficou. 

Poderia dizer-vos para fazerem isso com os vossos, perguntarem-lhes como tinha sido o dia, mas quem sou eu para dizer o que devem ou não fazer... apenas uma estranha que despeja, num blog, o que lhe inunda a mente e a alma.

A vossa "overthinker"

Tânia

22
Mar23

Não gosto de mim...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

Hoje não gosto de mim. Não gosto... e está a deixar-me de rastos.

Não considero que tenha uma auto-estima alta... é q.b., mas hoje está a ser um daqueles dias em que não gosto de mim. Não me odeio... mas não gosto de mim. Sinto-me a pior pessoa do Mundo, a que falha a todos, a que não sabe fazer nada, a gorda, a feia... tudo!

Um empecilho... daqueles que metemos a um canto e nos esquecemos dele... é o que sinto. E é a vontade que tenho... de me enfiar na cama e ficar lá esquecida. De chorar por me sentir tão mal mesmo sem ter motivos para isso. De dormir e fugir desta realidade que me deixa cansada...

Na minha cabeça só oiço "desiste"... "ninguém gosta de ti"... "aceita que o teu futuro é sozinha"... "não gastes energias que já sabes que não vais conseguir"...

Não me consigo concentrar... não tenho fome... mal tenho forças... só quero que este dia passe depressa.

Eu gosto de mim! Eu sei do que sou capaz e as minhas capacidades! Sei que não sou esta falhada que a minha mente hoje pensa! Sei que ela está enganada! 

Mas hoje não... hoje não gosto de mim...

A vossa "overthinker"

Tania

10
Mar23

Mentira...

Screenshot_20220814-200521_Gallery.jpg

Se há coisa que me atrofia o sistema e me leva a pensar demasiado é a mentira. Mas não é aquelas mentiras mínimas de dizermos que não estamos bem só para não ir sair com os amigos, ou que não temos trocos para este ou aquele peditório... é mesmo aquelas mentiras rebuscadas e elaboradas que algumas pessoas dizem para se fazerem maiores do que são ou até o que não são!

Faz-me muita confusão aquelas pessoas que criam vidas duplas (ou até triplas!) e conseguem ser credíveis em todas elas! É que deve de ser um esforço tremendo para não se enganaram no que "vendem" aos outros! E deixa-me a pensar... se fazem isso tão facilmente e sem dar um passo em falso, como sabemos que podemos confiar no que nos dizem? Será que é a nós que dizem a verdade? Ou somos só mais um enredo nos tantos que criam?

Odeio mentiras. E salvo as que referi ao início, que eu chamo de piedosas, não consigo mentir. Sou demasiado distraída para isso, além de que isso iria dar tanto trabalho mentalmente que fico cansada só de pensar.

E sei o que custa descobrir quando alguém nos mentiu... e posso dizer que a dor é proporcional à importância que essa pessoa tem para nós. 

Se ao menos essas pessoas soubessem (ou sentissem!) a ferida que as suas mentiras podem causar...

A vossa "overthinker"

Tânia

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub